Minicurso 18 Travestilidades, Corpas Pretas e o Serviço Social
Sessões: 16 e 17 de dezembro
Resumo
A transexualidade e a travestilidade são assuntos de grande complexidade, uma vez que envolvem o corpo, identidade gênero e raça. Por serem fenômenos que desafiam as convenções sociais, pautadas em ideais cisheteronormativos sua complexidade atinge ainda as polêmicas e controvérsias acerca do seu campo político, em participações nos movimentos sociais; do conceitual, em binarismos, sexualidade, raça imagem corporal e identificação; e da nomenclatura adotada nos manuais de transtornos mentais como um transtorno de identidade de gênero. O pertencimento às categorias transexual e travesti implica a identificação com o gênero oposto ao que lhe foi conferido socialmente ao nascer, sendo ainda possível transitar entre os gêneros feminino e masculino. A expressão corporal do gênero, identificado através de sua transformação, travestilidade e trejeitos, tem questionado as teorias que veem o gênero como unicamente atrelado ao sexo e formado pelas polaridades, carregadas por normas e valores, masculino e feminino (Argentieri, 2009; Barbosa, 2010; Butler, 2010). Nesse sentido, as pessoas transexuais consideram que suas reivindicações estão mais associadas a uma identidade negada, ou seja, que seu o corpo está incoerente com o seu psiquismo (Araújo, 2010; Grazziotin & Verde, 1997). Essas características, que ora aproximam, ora afastam os sujeitos de sua experiência de gênero e da produção de sua identidade possibilitam algumas questões: se a identidade é produzida nas relações sociais, em que medida o contexto exerce e/ou sofre definições? A transexualidade e a travestilidade enfrentam a ideia de um determinismo biológico e transcendem as barreiras das categorias opostas e extremas masculino/feminino? Sexo é natureza e gênero é uma atribuição social?
Tópicos do curso
1 - Introdução às questões de gênero e étnico raciais no Serviço Social;
2 - Dialogando sobre travestilidades e raça na encruzilhada;
3 - A importância da discussão de gênero e raça no currículo do curso de Serviço Social;
4 - Dialogando sobre as bandeiras de luta no Serviço Social.
Metodologia
No desenvolvimentos dos tópicos propostos prevê-se o envolvimento dos alunos no processo
ensino-aprendizagem, através de:
ï‚· Apresentação de material temático expositivo;
ï‚· Discussão das problematizações, visando o debate das questões analisadas;
ï‚· Leitura de textos (individual e/ou em grupo);
Referências
A Negritude no Serviço Social/ Sarita Amaro ( Org.) - 1.ed.- Curitiba, PR Nova Práxis Editorial, 2019.
BENTO, B. A reinvenção do corpo: sexualidade e gênero na experiência transexual. Rio de Janeiro: Garamond, 2006.
Código de ética do/ a assistente Social comentando / Maria Lucia Barroco, Sylvia Helena Terra; Conselho Federal de Serviço Social - CFESS, ( Organizador) . - São Paulo: Cortez ,2012.
Interseccionalidade/ CarlaAkotirene - São paulo : Sueli Carneiro; Póle, 2019.
MELLO L, PERILO M, DE BRAZ CA, PEDROSA C. Políticas de saúde para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no Brasil: em busca de universalidade, integralidade e equidade. Sex Salud Soc. 2011; 9:7-28
NASCIMENTO, L.C.P. Pensar interseccionalmente ou morrer coletivamente: reflexões sobre as mortes de Demétrio e João Pedro! Nohs Somos, 2020. Disponível em: https://www.nohssomos.com.br/2020/06/10/pensar-interseccionalmente-ou-morrercoletivamente-reflexoes-sobre-as-mortes-de-demetrio-e-joao-pedro/
TEIXEIRA FB. Histórias que não têm era uma vez: as (in)certezas da transexualidade, Estud. Fem 2014; 20( 2):501-521.7
INSCRIÇÕES CONFIRMADAS
Ana Carolina Lima dos Santos
Bianca Alves Novais de Jesus
Camilla Padoim
Djankaw Matheus Marques
Gilmara Silva de Oliveira
Joice Rocha Carvalho
Judite Cidade de Queiroz
Julia Ellen Silva
Júlia Rodrigues Ferrari
Kevelin Yuri de Siqueira Martins
Marcia Joana Reis Rodrigues
Maria Eduarda da Silva Santos
Mariana Aguiar Bezerra
Marina Massote
Priscila Marques Niza De Oliveira
Viviane Kelly Fernandes de Carvalho